A racionalização e a maior eficiência dos sistemas logísticos de suporte
ao comércio exterior brasileiro por via marítima visam, essencialmente,
conferir ganhos de competitividade aos produtos exportados e importados através
dos portos do País, em termos de redução dos preços dos serviços logísticos e
dos tempos totais das operações, numa perspectiva porta a porta.
No tocante aos preços, vale ressaltar que os valores cobrados pelos
operadores constituem parcelas de custos para os exportadores e importadores,
em qualquer modalidade de venda (INCOTERMS) utilizada nas transações
comerciais, condicionando, portanto, a competitividade dos produtos "nas
prateleiras dos consumidores".
Os tempos das operações nos sistemas logísticos, por outro lado,
constituem elemento fundamental na formação de estoques de matérias-primas,
insumos e produtos acabados e, por conseguinte, nos custos totais dos sistemas.
Nesse sentido, para uma mesma tonelagem de carga deslocada num determinado
período, há uma tendência de os embarques tornarem-se mais frequentes, com
menores lotes de carga. À medida que os tempos totais (lead times) de entrega
dos produtos aos consumidores diminuem, estes podem trabalhar com menores
níveis de estoques de reserva ou segurança, o que significa menores exigências
de capital de giro e menores custos de estoques (administração, juros,
armazenagem e outros). Quando os tempos totais aumentam, o impacto sobre esses
indicadores é negativo, tornando as transações comerciais mais onerosas.
Os níveis de competitividade aumentam se os exportadores, em estreita
parceria com os operadores logísticos, trabalharem nas "rotas de menores
impedâncias", caracterizadas pelas que representam menores custos e tempos
das operações de deslocamento dos produtos, das instalações para a sua
expedição até as de recebimento pelo comprador. Dessa forma, será possível
oferecer produtos a preços menores, nas quantidades desejadas pelos clientes e
no momento certo.
No caso específico do Porto de Santos, os tempos das operações de carregamento
e descarregamento das embarcações, tanto com carga geral como com granéis, vêm
diminuindo de maneira expressiva nos últimos anos. A tabela do Comparativo do
Rendimento Operacional no Cais do Porto de Santos, no item Custos Portuários,
ilustra essa situação, mostrando o extraordinário aumento das produtividades
nos diversos berços, observado no período 1996/1999.
A possibilidade de redução dos tempos totais na cadeia logística,
notadamente no território brasileiro, deve ser analisada caso a caso por todos
os agentes envolvidos, destacando-se os exportadores, importadores,
despachantes, permissionários de recintos alfandegados e representantes dos
órgãos do Governo Federal que atuam no setor, tais como a Secretaria da Receita
Federal e os Ministérios da Agricultura e da Saúde. Atenção especial deve ser
dada para a influência das ações e exigências dessas instituições públicas nos
tempos do despacho das cargas de exportação e importação.
Cabe, ainda, salientar que, ao oferecer produtos nos locais de consumo,
cotando-os na modalidade DDP (Delivered Duties Paid), os exportadores tornam-se
mais competitivos do que nas situações em que o fazem em termos EX-WORKS ou
FOB. Quanto mais próxima a mercadoria estiver das dependências do comprador no
exterior, maiores serão as oportunidades de agregação de serviços às vendas
externas, como, por exemplo, os de seguros e os inerentes às próprias entregas
just-in-time.
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